Os espaços de coworking continuam sendo um dos investimentos imobiliários com maior potencial de 2021, de acordo com a PwC, uma rede de serviços profissionais multinacional com sede em Londres. Agora, com as esperanças trazidas pela vacina contra o coronavírus, as perspectivas para este fim de ano estão melhorando, e os proprietários de imóveis comerciais estão começando a anunciar a abertura de novos espaços de coworking.
“Acreditamos que, nos próximos anos, a demanda por espaços flexíveis provavelmente aumentará devido às circunstâncias atuais”, disse Ben Munn, diretor global de flexibilidade da JLL, uma empresa de serviços imobiliários comerciais de Chicago. A JLL prevê que as opções flexíveis representarão 30% do mercado de escritórios até 2030, em comparação aos menos de 5% atuais.
Outras empresas concordam. Em uma pesquisa com mais de 550 profissionais do setor de imóveis comerciais, 97% disseram que as grandes corporações procurariam áreas de trabalho mais personalizadas e flexíveis no futuro, e 66% acreditam que os contratos de locação flexíveis se tornarão o novo normal, de acordo com um estudo da EY, uma rede de serviços profissionais de Londres.
Como reflexo dessa visão otimista sobre o coworking, a JLL vai abrir um novo espaço flexível de mais de 4.600 metros quadrados no Brooklyn com a Brookfield Properties, de Nova York, ainda este ano. A Brookfield acredita que esse ambiente com foco no bem-estar, com purificadores de ar UV, estações de higienização das mãos e divisórias móveis, será atraente para os inquilinos que trabalharam em casa durante o ano todo.
“Pelo nosso ponto de vista, abril do ano que vem será certamente uma boa época [para lançar o Orchard Workspace]. Achamos que será um bom momento para voltar ao espaço de trabalho”, disse Mark Kostic, vice-presidente sênior de gestão de ativos e locação da Brookfield Properties. Kostic também disse que está confiante no interesse dos inquilinos, especialmente porque a empresa recebeu tantas consultas sobre espaços para escritórios flexíveis nos últimos meses que nem foi capaz de atender a todas elas.
A Industrious, operadora de coworking também sediada em Nova York, se expandiu para 10 novas cidades durante a pandemia, de Chicago, com a Willis Tower, até Singapura. Até a WeWork continua assinando sublocações. A empresa adicionou um espaço de quase 14.500 metros quadrados no distrito Flatiron de Manhattan durante o terceiro trimestre, de acordo com Savills.
“As pessoas estão enlouquecendo em seus apartamentos e procurando um novo espaço de trabalho, um lugar para estar fora de casa. [O coworking] é a solução perfeita para muitas pessoas que estão cansadas de trabalhar em casa e precisam de um lugar para se conectar e fazer contatos com segurança”, disse Ben Silver, CEO da ƎDEN, uma empresa de Nova York que abriu um espaço de coworking de quase 400 metros quadrados na cidade esta semana. A ƎDEN planeja abrir mais dois espaços: um no centro de Manhattan e outro em Fairfax County, VA, durante o terceiro e o quarto trimestres de 2021, respectivamente.
O material de escritório e as oportunidades de fazer contato não são os únicos fatores que impulsionarão a demanda pelo coworking em 2021. De acordo com especialistas, o atrativo mais importante dos espaços de coworking é a flexibilidade do contrato de aluguel. Quando as empresas começarem a voltar aos locais de trabalho depois da pandemia do coronavírus, com certeza não vão querer se comprometer com contratos de longo prazo, já que as pressões econômicas e as incertezas globais remanescentes vão continuar. Portanto, os espaços flexíveis devem superar o desempenho do setor de escritórios como um todo.
“Em geral, ninguém está com pressa para assinar um contrato de aluguel. Quem está explorando o que vem por aí está pensando em termos de flexibilidade e capacidade de se adaptar à medida que as necessidades organizacionais evoluem”, comenta Adam Segal, CEO e cofundador da Cove, uma operadora de espaços flexíveis com sede em Washington, D.C.
Fonte: Yahoo Finanças (Adaptado)